SINFONIA FINAL
Não vejo mais o sol ao leste alvorecer
Não sinto mais o vento da primavera soprar
Só se pode ver o sol ao oeste morrer
Somente o vento gélido do inverno a bailar
Aqui estou eu no topo do fundo
Caminhando parado na multidão
Ao redor tudo que passa é imundo
Exalando sujeira e podridão
Trilhos quebrados, estradas esquecidas
Nada me fita os olhos com atenção
Meu caminho, rebaixado a trilhas
Espelho embaçado, cadáver sem caixão
Você esta dançando também amigo
Esta sendo levado pelas ondas pesadas
Sufocado pelo dilema, do novo e antigo
Apenas pairando com asas cansadas
Abra seus olhos é fácil de ver
Uma ventania de novas palavras
Feche seus olhos é fácil esquecer
As antigas verdades amargas
Os pássaros não voarão mais
As arvores florescem sem cor
Os homens não encontrarão paz
Não recordam mais do amor
Acredite e mim você dança também
Caindo sem sentir a morte chegar
Nesse ritual obscuro sem amém
Você se vai sem sentir o tempo passar
Os anjos caindo estão dançando
Em seu sangue você esta se afogando
Eles te chamam sempre cantando
Seus olhos estão sempre sangrando
Se encare no espelho da verdade
Enfrente seu acusador matinal
Agora o passado trás a saudade
Pois esta chegando à era final
Moral perdida em um mundo partido
O normal é anormal, o certo é banal
Deus e amor, tudo deixado, tudo esquecido
Você dança também amigo, na sinfonia final...
(Tiago André Brêta Izidoro)