Comprimidoa
Eu vivo como quem se envergonha
E me envergonho
Por ser
Por não ser
Por querer ser o que não sou
Se eu me encontrar comigo
Não vou me reconhecer
"Como você mudou,
Mas você poderia ter mudado..."
E não
E nada
E sem
Quanto tempo falta...
Eu busquei me buscar,
Mas, ó assonância enjoada
Que perdição é a loucura
Demora-se mesmo é para descobrir
Se possui-se os direitos do desvairado
Não sou
Rio, não sei de que
A enfermidade é artificial
Não se cura a alma com comprimidos
Comprimida é a alma no corpo doente