As luzes
Aos olhos do infante, parece tudo normal
Mas ao conhecer, percebe-se quão grande é a luz
Luz que aquece, ilumina, faz enxergar
Apresenta, muitas vezes, uma realidade que você já viveu
Seduz por se mostrar complacente, instigante, misteriosa
Mas recorda que ela vive pelo desejo de outros, sendo incapaz de me acompanhar
Mesmo assim, se mostra disposta a ser guia
E eu me proponho a segui-la, porque a razão pode estar lá
Procurei uma outra luz, próxima do oceano
Lá onde os mares envolventes conseguem tocá-la
Mas eles formaram grandes ondas, que quebraram a fortaleza do ser
Será por que fiz um convite a eles para estarem comigo?
Julgaram ser eles mais imponentes que eu?
Não sei, a mim não cabe a faculdade do jugar
Não sei o que os ventos disseram às ondas, para quebrarem assim, tão cedo
Mas a luz se mostra mais amiga, serena
Pois ao coração dará conforto
Como o bálsamo reservado ao descansar dos vitoriosos
Mas ainda não posso desfrutar desse perfume
Não enquanto estiver procurando a minha luz
Que se proponha a ser guia e a ser admirada
Pois há a disposição de cortejá-la sempre
Com o deleite dos admiradores e a disposição dos amantes
Pra mim, resta saber se a minha luz existe mesmo ou se é apenas um lampejo das lembranças.