A MÃO QUE SEGURA A ROSA
 
 
Despencada
Despentelhada
Deflorada
Ignorada
Despenteada
Depauperada!
 
Assim estava a rosa!
 
Ao ser arrancada e desnuda
De sua Vida quase segura.
Muito nua!
 
Deflagrada em suas raízes.
Quase invisíveis!
 
Postava-se, porém, como quase ninguém!
 
Alheia ao todo.
Alheia aos versos! Nunca fora do contexto!
 
O seu contexto?
Era a alça que a sustinha!
A dor que a oprimia!
O mundo que era só seu!
 
Mesmo tendo tanto espinhos
Mesmo sentindo-se tão sozinha!
A mão que a segurava, era a alça que a sustentava!
 
O caule, mesmo sendo cheio de espinhos!
Arrancaram-na, desfloram-na
Murchou!
Morre o caule, morre a rosa!
E junto vão os seus espinhos!
Nunca subsiste um sem o outro!
Completam-se.
A flor morre se lhe arrancam os espinhos.
Nem a mão que a segurava lhe agüenta a amargura de sobreviver sem a sua melhor parte!


ROSA SERENA
Enviado por ROSA SERENA em 23/05/2011
Reeditado em 24/05/2011
Código do texto: T2988383
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