Em que Acreditar

O que está sendo dito

O que está escrito

É aquilo que vemos

Ou aquilo que sentimos

E o que há nas palavras que acreditamos

Sinta o ritmo

Sinta o som dentro de você

Posso sentir o seu rosto

Posso sentir você

Será que você consegue parar de pensar

No que vai acreditar?

Há uma realidade ao nosso redor

Um tremor de terra nos nossos pés

Pois eu vejo a tudo

E vejo a todos

Mas, talvez, seja eu apenas enloquecendo

Talvez sejam os demonios dentro de mim

E não quero acreditar naquilo que você me diz

Pois somente aquilo que eu sei, eu acredito

Não é por mais, não é por menos

Naquilo que eu quero acreditar

Mas o que sabemos o que é esta palavra afinal?

Eu vejo uma praia, eu vejo um oceano

Eu vejo o palpitar de um coração carente

Uma alma aquebrantada, um espelho no chão

E sinto o som das árvores, os pássaros a cantar

E no seu respirar, e na violência dos socos

Do grito retumbante, do desespero latente

Mas tudo se esvaí, no sopro de uma outra realidade

Poderia ser um fim

Poderia ser um começo

Ou apenas o ar que fica entre estes

Poderia ser um canção, um ritmo, um lampejo

Ou aquelas palavras que te libertam

Que te anseiam, que palpitam no teu coração

Você diz que acredita nisto,

E eu digo que não

E, no tudo, prefiro ser aquela parte

Que você nunca verá de mim

Será que acreditamos em igual?

Será que compartilhamos o unissono?

E naquilo que realmente somos?

Ou tudo não passa de um sonho...

Um sono

E um não despertar?

Em que acreditar?