TEMPO É VENTO...
Alguém me perguntou
O que seria o tempo.
Não sei.
Todavia a poesia sempre inventa,
Para responder o que ignora.
Seria o tempo qual um balão de gás leve
Que, de súbito, nos escapa das mãos?
Sobe e passa...
Sobe e passa...
Sobe e passa...
Passa... sobe...
Silentemente...
Até dobrar a esquina
da última nuvem
n"algum segundo do céu.
A nos deixar cá embaixo
Mudos e boquiabertos
de impotentes braços abertos,
De mãos vazias
Suadas e espalmadas,
Na tentativa infrutífera
De se tocar o intangível.
Depois,
Um rápido estouro no ar seco
A ecoar na eternidade de cada um.
E o tudo que parecia ter sido
Nunca mais será.
Então...o entendimento:
Ali, no infinito,
Eis as invisíveis mãos do tempo.