Metro (morte)

Eu inventei uma fábula e contei pro mundo.

O mundo imundo também ficou sabendo.

Eu contei,sim,não tive receio algum.

Mas o tempo passou.

Meu relógio biológico avançou um pouco.

Logo,o personagem principal da fábula

Era eu mesmo.

Aquele que contava a fábula

Era o próprio personagem,

Mesmo sem querer ser.

O criador provou da morte que inventou,

E a história que disfaçava tanto o vulto negro

Mostrou ao narrador que ela está muito mais próxima

[do que todos imaginam,

acreditam,sentem

e sofrem diariamente].

Em vão,na verdade,ele tentou mudar a história.

Mas a história da vida dele é imutável.

Eu,ele,nós somos um,

E sofremos com aquilo que dizíamos ser banal.

(11-01-11)

Anita Ferraz
Enviado por Anita Ferraz em 19/02/2011
Código do texto: T2801890
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