Metro (morte)
Eu inventei uma fábula e contei pro mundo.
O mundo imundo também ficou sabendo.
Eu contei,sim,não tive receio algum.
Mas o tempo passou.
Meu relógio biológico avançou um pouco.
Logo,o personagem principal da fábula
Era eu mesmo.
Aquele que contava a fábula
Era o próprio personagem,
Mesmo sem querer ser.
O criador provou da morte que inventou,
E a história que disfaçava tanto o vulto negro
Mostrou ao narrador que ela está muito mais próxima
[do que todos imaginam,
acreditam,sentem
e sofrem diariamente].
Em vão,na verdade,ele tentou mudar a história.
Mas a história da vida dele é imutável.
Eu,ele,nós somos um,
E sofremos com aquilo que dizíamos ser banal.
(11-01-11)