POESIA DO COTIDIANO
Se obstinadamente
Me aborrece o dia a dia
Ignoro a silenciosa magia
Que transforma a noite em dia
E faz brotar em mim a poesia.
Compreendo vivenciando
Que mesmo parecendo igual
Tudo se renova, tudo se recria!
Nas ondas ascendentes,
Nas dobras escondidas
Do ordinário dia a dia
Loucura e calmaria...
Que incide em paralelo:
A aceleração do tempo
Onde a massa se atropela
E acredita ser normal
Viver sem perceber
Os detalhes fascinantes
Do corriqueiro, do banal
Só os loucos, poetas e apaixonados
E uns poucos apreendem o que é:
O tempo desacelerado
Que lenta e sucessivamente
Num ‘time’ diferente, continuum
Tempo que só se sente...
Ao parar, respirar e observar...
Verbos, ações simplesmente,
Que no entanto,
Torna encantador o cotidiano
Que outrora me aborrecia
E que, pela simples mudança de foco
Transforma minha rotina em poesia.
Obs.: ins'pirado no livro "Parem de falar mal da rotina" de Elisa Lucinda, maravilhosa multiartista capixaba, atriz e poeta magnífica, boa leitura, eu sugiro!