Meditações

Tua voz ecoa em meus neurônios

sinto o esvaziar do tempo

Montanhas nos cercam

tentando nos destruir

Te levo na minha proteção para as virgens nuvens brancas

A terra e o mar

se enfurecem

e disputam cada centímetro do planeta

E nós daqui olhamos

os dois meninos mimados

que se eternizam numa guerra ocupacional.

II

A madrugada é morta e solitária

e o teu seio estremece com o frio

que congela as esperanças

Meus anseios me perturbam

perturbam no desejado

Me prendo em metas

e me derramo em desculpas

Me constipei a chorar das dores tranquilas

Sou um bom masoquista.

Doces mentiras podem vir de um copo de vinho

mas a verdade engasga, e ás vezes mata

A mente deterioriza o próprio corpo

como um senhor maldito

que escraviza e judia seu mais fiel servo

A mente trama loucuras e o corpo padece.

III

Teus ideais brilham

com a aurora da vida

Mas com o chegar da noite

a morte crucifica teus sonhos

e rasga tuas roupas

e te deixa nu,

sozinho

O vento te agride

O tempo te envelhece

matando o que você conquistou.

Henrique Rodrigues Soares - Sociedade dos Eremitas