Pavilhão Feminino da Loucura: Maria
Neste inferno de psicoses
É a favorita do meu coração
E a mais “carismática” intramuros
Tem nome de santa
Todavia, a coisa boa pára por aí...
Ela não precisa mover palha
Ou levantar bandeira,
Emitir grunhido nem palavra
Pra gente sacar
Que é completamente despirocada das idéias...
Sua condição está na cara,
Nos olhos verdes perturbados,
Na sua silhueta engraçada de ogro,
No irretocável cabelo desgrenhado
E recorte torto da boca...
Mas a bomba-relógio ambulante,
Sem “time” certo,
Quando detona,
Bota tudo pra quebrar
Desde cabeças até auto-estimas...
Todo mundo que conheço aqui,
E que não conheço também,
Já apanhou da endemoninhada,
Até ela mesma...
Ela encabeça nossas piores listas
É a suspeita número um, dois, três
Sempre que algum viçoso hematoma
Sobressalta das várias faces da demência...
Um bom conselho sobre ela?
Se você tem algum juízo
Jamais interrompa sua masturbação da manhã...
Da tarde...
Da noite...
Da madrugada...
A não ser que tenha vontade de sentir
A adrenalina de um toureiro
Quando o touro lhe ataca...