O ano: A Luz
Cintila a singela figura pela noite fulgurante
Sabe-se, porém, que a sua existência é infima
Mas, mesmo assim, vive intensamente cada segundo
Cada momento, cada respirar
E cá está ela, vivendo a vida, como se fosse única
Corre para lá, e corre para cá
Fugindo da escuridão
Brincando com a solidão
E vai, bela e atraente, chamando atenção
A luz, na sua velocidade, inconstante, na sua constância
Tal qual as parceiras em todo o mundo,
Em todo o universo
E a noite perscruta adentro
E, a cada passo dado, uma nova descoberta
Na retidão da beleza e no ópio da curiosidade
Quieta, ela ressente e brinca
Mas a luz vai mais além e não fica predisposta a apenas ficar observando
A luz, entra e sai, sai e entra e nos ilumina
E a luz penetra no labirinto de nossas almas
E, por um segundo, faz-se o brilho
e vemos aquilo que temor dentro
A luz reluz aquilo que, por temor, escondemos