RESPONDAM
Ó desigualdade extravagante
que não poupa um só instante
os pobres desnudos, da dor!
Mas que fedor esta favela putrificada
toda solta, enlameada
com seus barracos postos à prova.
Não se sinta de improviso
a miséria não põe aviso,
ela vem, é só um mal.
Assim pensam os abastados
Que montado em seus reinados...
Não sabem o que é padecer.
Vê se não enrola
Com tuas palavras políticas,
mais que falácias,
são gírias postas para “inglês ver”.
Como se pode enganar assim
por tanto tempo?
Ah! Já sei...
é a ingenuidade dos enganados
que seguem sina esmagados
como se fossem objetos escusos.
E as casas grandes de praia?
E os empregos polidos?
Com é que ficam os feridos
dessa corja que só pensa em enganar?
Quer sabor terá o pão tirado
da boca dos pequeninos
que chorando seguem pedindo
Justiça para os saciar?
Respondam, ó ricos ateus!