Acaso

É notório o desvendar da alma

O bater lento do coração nos acalma

Singularidades únicas em quem sorri

E tudo nos fascina, não longe, aqui

A porta rangendo no velho vai-vem

Procura-se um sentimento que todos têm

Está escondido por trás das paredes rachadas

Que ao simples toque do vento estarão desabadas

Ternura nas palavras sem sentido

Expressadas por um homem esquecido

Que sempre se sentava no corrimão da escada

Daquela pensão há muito tempo abandonada

Ele olhava para os confins da rua

Meditava uma velha filosofia crua

Alguns transeuntes pensavam o que estaria acontecendo

E ficavam parados no sol com os miolos fervendo

Num dia de chuva pegou uma pneumonia

E na enxurrada adeus à fantasia

Que para muitos não passava de idiotices

E os homens continuavam com suas mesmices.

Jhunnyor
Enviado por Jhunnyor em 16/07/2010
Código do texto: T2381416
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