Enquanto houver
Pão para comer
Chão para dormir
Motivo para viver
Razão para sorrir

Enquanto houver
Um horizonte, uma estrada
O firmamento infinito
Esses passos na caminhada
Algo que ainda seja bonito

Enquanto houver
Palavras desentranhadas
Imaginação e as janelas
Esses voos na madrugada
A emoção dessas coisas belas

Enquanto houver
A canção que não se esquece
Férrea vontade que não cansa
Beleza de algo que não fenece
Luz num sorriso de criança

Enquanto houver
Algum alívio para a dor
Um fim do sofrimento
Ao longe a voz do amor
E o afã desse sentimento

Enquanto houver
Alguém que mereça
O silêncio de uma prece
Alguém que eu não esqueça
Alguém que não me esquece

Enquanto houver
Algo a ecoar na imensidão
Algo que nunca pode calar
Não o que dói no coração
Mas algo belo em que acreditar

Enquanto houver
No silêncio esse grito imenso
Palavras soltas ao vento
Do que sinto tão intenso
E que sei que é sentimento

Enquanto houver
Essa força para dizer
Essa vontade de não calar
Essa necessidade de viver
Essa urgência em amar
Será poesia o que tem de ser
Essa teimosia em continuar
E enquanto a poesia tiver de ser
Saberei o quanto devo caminhar

(Poesia On Line, em 29/05/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 29/05/2010
Reeditado em 07/08/2021
Código do texto: T2288182
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