Agredido e Calado
Antes, marcha endoidecida
Desequilibrada
Enganchada num cabo aéreo
Numa carretilha deslizante...
Antes, uma vida trangressora
Certa alma bruta
Vida resistente...
Clareira inebriante!
Antes, ah, antes tudo que podia
Tudo que não podia
Tudo que nem sabia
Tudo, Tudo, Tudo
Mas aos poucos...
Antes, aquela vida
Desequilibrada
Endoidecida...
Não fosse a consciência
A capa imposta!
A agressão!
Ah, selvageria
Contra a doce rebeldia
que a instituição encarcerou.
Antes, ah, antes tudo que vivia
Tudo que se perdia
Tudo que se achava
Tudo, Tudo, Tudo
Agora, um selvagem
Selvagem civilizado
Agredido e calado
Quase em silêncio
Nada sobraria
Não fosse esse poema
Essa forte nostalgia.