Estável

Ah! Se eu não fosse tão inseguro,

Poderia evitar grandes sustos,

Seguindo, unicamente,

Radicalmente,

A minha fantástica intuição.

Poderia cuidar, um pouco mais

Das minhas emoções colossais.

Assim não atrasaria minha evolução.

Perco muito tempo seguindo a lógica.

Entrando em situações complicadas e ilógicas,

Que deveriam ser evitadas...

Pois, as dificuldades já me foram prenunciadas,

Pela implacável intuição,

Que tripudia da razão.

Mas, quando chega o momento de agir,

De colocar o leão para rugir,

Acabo ouvindo a opinião alheia,

Limitada cadeia

Travestida de bom senso,

Apenas, para cavar medonhos aborrecimentos.

Tenho uma visão bem particular a respeito do mundo,

Do que me toca, realmente fundo.

Preciso interiorizar que o que serve para os outros,

Não se vê, nem se estampa em meus ombros.

As soluções prontas,

Só fazem me deixar a cabeça tonta...

Mesmo que venham embrulhadas em papel de presente,

Nunca, nunca mesmo, se encaixam com o que o peito sente.

Termina sempre por arranhar,

Por macular...

Não posso mais incorrer nesse erro.

Faz-se necessário um maior respeito pelo meu enredo.

Afinal, demorei meio século para aprimorá-lo,

Para lapidá-lo...

Não me é mais aceitável,

Enfiar-me em posicionamento desagradável,

Que me tire a liberdade,

De viver em tranquilidade,

Exatamente da forma que desejo:

Cabendo confortavelmente no meu ensejo!

Ainda que minhas atitudes não sejam compreendidas,

São todas, frutos das minhas conquistas.

Não tenho mais a menor intenção de parecer agradável.

Prefiro ser estável!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 01/05/2010
Reeditado em 01/05/2010
Código do texto: T2230174