Idioma de pedra

Que não me cabe

Incerto aperto

Em versos nos becos

Indigestos imperfeitos

Me viro por pedras

Do ponto a letra

Em cor-preta

Desdobrando a caneta

Na petala do poeta

A mão em curso

Da idioma ao percurso

Renome codenome

Palavra entalhada

Na pedra indo a transcursão

Estação a letrar

A criação envolver

Letras em mãos e papeis

A Reaver rotações na mente

Da onde o incendio

Começa a inspiração

Alega os vestigios

Idioma relugar

Que culpa a sentença

Na ordem do condenado

Largado pela indiferença

Sentado na inteligência

É idioma de pedra

Cuspi de padre

Reboco de merda

Santíssima insanidade

Que a culpa carrega

É ideia de pedra

Flutuar na terra podre

Sobre a nobre palavra

Que a ostenta sem nós

Esse idioma porta-voz

Essa letra sem voz

Que bate na testa

E vira idioma de pedra

Na mão do absurdo

Que minha orelha

Entupida aos cotonetes

Cor branca de ovelha

Vai ficando imunda

Mais surda

Que uma furda

No fundo do poço.

Á alma é barata
Enviado por Á alma é barata em 21/03/2010
Código do texto: T2151768
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