Por Deus! Cadê o Maquinista?
Não sou um patético desequilibrado,
Ou, um imaturo mimado.
Acontece, que estou grotescamente incomodado.
Sinto-me minado!
Já não me incomodaria de ter que esperar,
Se parasse de apanhar...
Dia
Após dia...
O trem não partiu
E me feriu!
Mais um desassossego...
Mais uma engolida em seco!
Após uma tarde em desespero,
Nu em pelo,
Nos domínios do sofrimento,
No final da noite, encontrei algum acolhimento...
Amparei-me no canto de Bethânia,
Com sua incomparável relevância,
Para voltar para mim,
Para me dizer: sim!
Um acúmulo absurdo de constrangimentos,
Demoliu com meu alinhamento.
Fui ao chão
E escorreguei para o porão,
Para o subsolo da dor,
Onde estão guardados os panos sem cor.
Quase sufoquei
De tanto que me debati,
De tanto que me combati,
De tanto que chorei...
Recolhi-me,
Encolhi-me...
Fui para dentro,
Em busca do centro,
Para suportar a tortura
Da amargura
De querer gritar,
Mas ter que calar...
Ter que me comportar,
Para não incomodar
Os que não me vêem,
Por não se terem...
Estou farto
Desse barco!
Sem lastro,
Sem mastro...
Ultrapassei o limite do suportável...
Beiro o inapelável!
Mas o dia acabou
E o peito suportou...
Bravamente,
Gloriosamente,
Persistentemente,
Conscientemente,
Corajosamente,
Bethanianamente!
De volta ao meu primeiro andar,
Só penso em me recuperar,
De mais esse desastre,
De tanto desgaste...
Música e poesia,
Hão de me devolver à harmonia.