Esquinas da Noite
Nas esquinas que afrontam o meu querer,
Os muros pichados, quebrados,
Não me impedem de ir além.
Olhos que vêem um futuro obscuro, incerto,
Andarilhos de viagens psicodélicas, loucas.
Os vestidos que transvestem a realidade,
São miragens cinzentas no meu deserto vazio.
Cabelos longos como esta caminhada sem fim,
Sexo frágil, sexo apenas,
Sexo...
As vitrines são abismos onde sei que não vou cair,
Os bares da noite expõem o meu lado compulsivo.
Cada momento, cada instante de embriaguês,
Os relógios já não servem para nada,
Não podem mais medir o meu tempo.
Uso óculos escuros para não ver,
Nem vejo sombras nesta escuridão fatal.
Espero a próxima esquina para me enganar,
Para me perder de vez na imensidão desta noite,
Que apenas começou...