((MINHAS CONTRADIÇÕES))


Vagante no universo de emoções?
Ser errante marcada por tantas desilusões?
Sou um afago...e tantas vezes o martírio?
Sou o desejo encarnado...
flor do pecado...apenas um risco!
Sou metade gritos, outra silêncio rogado
Sou metade lágrimas, e outra sorrisos...
Sou mulher de tantas faces...
me faço arte...aspiro e inspiro...
no soluçar de meus suspiros,
na evidência de meus arrepios.

Tenho a alma marcada...
caminho tantas vezes sem destino
desejo encontrar um abrigo
na pureza e no desperdício
Carrego no coração as cicatrizes
marcas de meu atrevimento
por não seguir as diretrizes
dando voz aos sentimentos
Em mim encontrarás a calma...
mas também a guerra anunciada
mãos sem palmas
...alma crucificada

Sou o inferno e o paraíso
o bem e o mal...o açúcar e o sal
o intolerante e o normal
a pedra e o cristal
Sou a metamorfose ambulante
que recorro as letras...uma retirante
pesos e medidas...minha constante!
Um beijo ardente...mulher provocante
Sou a mistura de sentidos
um dilema constante...respiração ofegante
trago no peito cravado um diamante
ferro e fogo...um enigma sem semblante

Intensa na verdade que me cerca
na razão que desconheço
me visto da vontade bruta
da fragilidade que me assusta
Sou a seriedade e a piada
a certeza e a cilada
Sou o verso...um nexo
o abstrato e o concreto
o errado e o certo
o labirinto e o caminho reto
o antídoto e o veneno

Sou metade de tudo e ao mesmo tempo do nada
a incógnita de mim mesma
que apenas vive, delira e verseja
que tem sonhos e a felicidade deseja
buscando em si e, no amor
um pouco mais de nobreza.
Minhas contradições,
minhas eternas interrogações...


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 14/02/2010
Código do texto: T2087482
Classificação de conteúdo: seguro
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