A ALMA SEM SONHOS

Seriam hoje verdadeiros aqueles versos ?
Sem medo, concebi a poesia,
Tão logo o tive por perto,
E doei um pedaço da alma,
Calando todos os meus temores,
E assim entreguei-me a rima,
Inteira e virtualmente cega,
Por uma luz que nunca brilhou.
Naquela noite dormi ao efeito da lua,
Mas, na realidade acordei sozinha,
Por certo vejo que apenas sonhei,
Sonhei braços que não abraçam,
E lábios que não sabem beijar,
Por receio do inusitado ou do destino.
Lapidei então aquela poesia,
E tirei-lhe aos poucos a vida que tinha,
Se há ainda verdade naqueles versos,
Nem mesmo sei dizer isto agora,
Pois aqueles sonhos foram embora,
E levou toda aquela poesia consigo,
Deixando-me finalmente livre.
Fica minha alma e minhas rimas,
Com a certeza de um novo dia.


22/01/2004 - publicado no site da magriça
Sonia Ferraz
Enviado por Sonia Ferraz em 18/12/2009
Reeditado em 27/09/2015
Código do texto: T1983802
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