De que serve amor?
No âmago de minha alma,
há tanto amor omisso...
Nem lembro mais de que serve,
Quê isso, quê isso?
A dilapidar sentimentos,
Sempre fiz tudo o que quis,
E eu, que me achava infinito,
‘cabei me encontrando petiz.
Como pode? Que farei?
Tão jovem, de vida fugaz,
Suscitar assim sentimentos
Me traria enfim dita paz?
Ah, coração tão inóspito,
Que, de tão frívolo, me irrita e acalma,
Me tira do sério de tanto mistério,
Me arranca os olhos, me rouba a alma...
Mas bem, hei de arriscar.
Quem sabe algo acontece?
Daquele amor tão omisso,
Nada mais remanesce.