Colecionadora de Sonhos

Minha mochila está cheia de sonhos

Que rumam para caminhos tão improváveis.

Eu andei por uma rua deserta

Colecionando sonhos como se fossem pedras

E os guardando dentro de mim,

Tão preciosos como tesouros inestimáveis.

Tantas vezes o peso foi maior do que pude suportar,

E desabei abandonando tudo o que carregava comigo.

Quantas vezes o caminho íngreme me impediu de seguir

E a escassez de forças não me impeliu a continuar.

Quantas vezes esvaziei a mochila,

E simplesmente tive vontade de desistir, abandonar tudo.

Quantas vezes o medo de tropeçar me impediu de ir em frente,

E o peso esmagador de quem tanto sonha foi grande demais.

Quantas vezes palavras me destruíram,

Fazendo-me sentir não mias que um grão de areia no meio do deserto.

Abandonei tudo o que tanto demorei pra conseguir.

Era visível o desânimo nos meus olhos fixos,

E o cansaço nos meus ombros caídos.

Eu vi todos os meus planos escorrendo pelos meus dedos

Que não eram suficientemente fortes para segurá-los,

Que não eram suficientemente vivos para impedi-los.

Arranquei forças de onde não existia mais nada,

Lutei contra todos os meus instintos

Que me diziam pra soltar qualquer vínculo que me prendesse á vida.

E hoje estou aqui, uma colecionadora de sonhos frustrados,

Um sorriso amarelo e um rosto feliz,

Sentindo que a felicidade não passa de mais um sonho,

Que logo irá terminar, como termina tudo o que me faz bem.

Marina Dalmass
Enviado por Marina Dalmass em 21/10/2009
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