DESTINO
Eu estava de pé sobre o topo, quando escureceu o céu a minha volta.
Eu ouvia o ronco dos trovões, e o brilho dos raios caindo sobre a costa.
Lembro-me, de cada segundo quando o tempo parou.
As areias subiam, o tempo corria para trás, então a voz falou.
Uma porta então surgiu, e nela alguém bateu, e logo entrou.
A voz chamou meu nome, então soube, que o destino me encontrou.
Eu vi em flash back, o inicio da caminhada.
A humanidade trilhou esta jornada.
Eu os vi, os reis do passado.
Chorando lagrimas de sangue, com o céu enluarado.
Eu vi Alexandre no leito, com febre desfalecer.
Eu vi César, no seu fim, o rosto esconder.
Vi os heróis caírem em batalha, diante de suas mortes derradeiras.
Os vi consumidos pelo medo, sobrevivendo em suas covas chamadas de trincheiras.
Os reis queriam o poder, precisavam da terra.
Os homens queriam apenas viver, e precisaram ir a guerra.
Então vi o monstro nascer do ódio da guerra e da derrota.
Seu ódio lhe tornou mais escuro que as trevas, e devastou toda Europa.
A voz gritou em tristeza, pronunciou meu nome, e se aproximou pouco a pouco.
Meu espírito estremeceu, em seus olhos eu via chamas e um choque, atravessou meu corpo.
A voz entristecida contou-me sobre o fim, e mostrou-me sobre o inicio.
Uma silhueta apareceu, e deu-me uma chave, e se foi num simples solstício.
O fim da jornada do andarilho só acaba, quando ele não tem mais pra onde andar.
Terminaremos a viagem logo, num tempo onde ninguém mais saberá o que é pensar.
A chave que recebi, se chama consciência.
Perguntei-me se era um dom, ou uma penitencia.
O mundo tem ciência do que faz, mas não tem consciência do que causa.
Eu direi ao mundo, o resultado da corrente do ódio, pois aqui também é minha casa.
Viverei assim, espalhando a idéia, como uma absoluta missão.
E não esquecerei, da revelação, que foi cravada em meu coração.
Que despertem de seu sono, as pessoas que descansam.
E que se levantem e lutem, todos aqueles que pensam.
(Zero)