Marco Zero

A respiração começa a voltar ao normal...

Já está bem próxima do natural.

A vida apresentou-me um outro lado da situação;

Bem mais de acordo com os princípios da vastidão.

Tinha que ser assim,

Para a mudança não se converter

Num suplício sem fim.

Confesso, que foi-me difícil entender.

Apesar de voltar à estaca zero,

Sei exatamente o que não quero.

Percebo, agora, claramente,

O que me nublou a mente.

O local exato da ferida,

Que sangrou incontida.

Estou me recuperando.

Sei que a vida está me esperando.

Está voltando o fôlego.

Não quero mais me quedar trôpego.

Sempre me foram generosos os pulmões

Suportaram todas as devastações.

Apesar de ter fumado por décadas a fio.

Fruto de uma ansiedade insana...

E de passar a juventude na vida profana!

Ainda assim, eles me sustentaram sobre o estreito fio.

Falta muito pouco,

Para encerrar com esse sofrimento louco.

Sem ter direito à recaídas,

Nem estancar à porta de saída.

Tremendo de insegurança,

Ao invés de pleno de esperança.

Aproveitarei a chegada da primavera

Para me instalar numa nova esfera.

Mais adequada aos meus desígnios.

Onde eu possa expor os melhores signos.

Descobri um novo toque para os sinos,

Novas melodias e letras para os meus hinos.

Claro, que continuarão apaixonados

E apaixonantes,

Vibrantes

E mais que nunca arrebatados.

A estrada me espera.

A mesma que conduz,

Inelutavelmente,

Amistosamente,

A hera

Discretamente,

Delicadamente,

Ao seu destino de luz!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 14/09/2009
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