Nada Tanto Assim

Meio século, estou completando.

Pelo que venho me observando,

Estou num marco divisor.

Avisto em mim o condor.

Transmutação involuntária, incisiva,

Arrepiante. Sob muitos aspectos, definitiva.

Estou limpando a bagagem.

Não quero mais transportar,

Muito menos suportar

Toda e qualquer espécie de bobagem.

Seguirei apenas, com o que se encaixar em meu enredo,

Com o que causar algum enlevo.

Não quero mais reclamar.

Quero ser o porto seguro,

Que se encontra saltando o muro,

Olhando o fundo,

Do que pode haver de mais profundo

E mais puro

No mundo!

Já sei, para o meu solo, a melhor semente,

Que torne o colo, cada vez mais arguente,

Para que meu carinho

Assemelhe-se cada vez mais, com um ninho...

Desejo intensamente, que meu olhar

Saiba só abraçar.

Que minhas palavras sejam fontes,

Onde se reconheça o horizonte,

Que as atitudes

Sejam fundeadas nas mais claras virtudes.

Tenho muito que apreender...,

Muito que perceber

Para frequentar a altura.

Quero toda a simplicidade,

Que couber na humildade.

Quero toda a amizade

Possível, no exercício da irmandade

Quero nada de mais

Quero paz

E energia

Para semear a harmonia.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 23/08/2009
Código do texto: T1769370