Dificuldade
É difícil para mim, conviver com a frieza.
Muito mais ainda, com a aspereza.
Tenho problemas sérios com a “esperteza”
E, piores ainda, com as absolutas certezas,
De quem não olha pra cima
E olha torto para os adeptos da rima.
Não entendo quem conta um segredo pela metade.
Quem tem coragem de dizer que não arde...
Nunca ardeu.
Não conhece o ardor.
Nunca sofreu,
Nem se incomodou com a falta de calor.
Afasto-me de quem não confia no amigo,
Não valoriza o abrigo,
Não consegue se entregar,
Por medo de apanhar.
Não se emociona com a suave melodia
Que, espontaneamente, renasce a cada dia.
Afligem-me os que, pela matéria, foram escravizados.
Os que por dinheiro vivem obcecados,
Que vendem a alma por uns trocados.
Os que lesam o irmão,
Para darem vazão,
À sua absurda, desumana e insana ambição.
Corrói-me a cegueira vigente,
A manipulação abusiva da mente,
O culto à mentira,
Impedindo, interferindo na subida;
A violência que campeia,
Através da agressividade que serpenteia.
Sou da paz.
Sou de paz.
Sou pela paz.
Sou para a paz.
Sou veículo da paz.
Só sou... em paz!