Basta de Desculpas
Cuidado com as pessoas, que por tudo,
A todo o momento,
Pedem desculpas...!
Isso é sinal de antecipada culpa.
Não é um verdadeiro sentimento.
É um hábito, que serve para deixá-las confortáveis,
Posto que são instáveis,
E vivem em seu particular mundo.
Que tal, se em vez de sempre se desculpar,
Não se enganar...
Não errar...
E, principalmente, não magoar...
Depois que o caldo entornou,
Em tudo, que com tanto carinho se apostou,
Desculpar-se me soa como um ato de hipocrisia,
Que só a quem “pede” é que alivia.
Isso me parece uma injusta transferência,
Um cínico jogo de consciência,
Que não desfaz o mal feito,
Que em nada alivia, o atingido peito.
Porque se a pessoa ferida não aceitar
As esfarrapadas desculpas,
Vestidas com polidas casacas,
Ela é que vai destoar... ...
Tem também o fato de muito não sermos,
De não conhecermos os universais termos
Para julgar,
Muito menos, para perdoar.
Ao invés de me desculpar
Constantemente,
Banalmente,
Tolamente,
Toscamente,
Faço um esforço enorme, sobrenatural,
Visceral,
Para não me equivocar!
Por isso, não me sinto verdadeiro, desculpando,
Tampouco, culpando.
Sinto-me melhor, andando em linha reta,
Na direção que entendo como certa.