Asfixia

O ar que que me sufoca

Era o mesmo que me libertava.

A dor que me corrompe – fruto do egoísmo humano –

Dor corrompida...

De ar impuro.

Que esgota...

Que consome.

A raiva que brota

Me fere...

Me mutila...

Com a vergonha que a acompanha.

O ódio que odeio

Liberta o monstro sorrateiro ( faminto )

Que o ar que me sufoca...

O ressuscita.

Minha carne dilacerada ( mutilada )

Que o nutria , o alimenta.

A raiva que brota...

Sua força aniquiladora

De energia , fermenta.

E a vergonha

...esmagadora

Me oculta , me afoga

De sangue ,

Sedenta.

No pânico do frenesi

do medo de uma solidão

...desoladora.

Que em minhas entranhas ,

Ele explora

E emerge , e acorda

E respira e devora.

Ele

Que meu egoísmo humano,

Este usa-o para subir , surgir.

Na angústia do próprio medo incerto ( inquieto )

No desgosto da própria insegurança de existir.

Como um sopro que derruba...

Um vento leve que corta...

A culpa que brota...

A lágrima que não cai.

A antítese do correto

E do ser...

e do existir...

a atitude ilícita

que dói e a palavra

faz oprimir.

O egoísmo é o monstro que não pesa

mas prende...

e cega , e cala.

A tola insegurança o faz crescer.

O ar que me sufoca

É a insustentável leveza

Que me pesa o ser.

Láquesis
Enviado por Láquesis em 26/05/2006
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