Asfixia
O ar que que me sufoca
Era o mesmo que me libertava.
A dor que me corrompe – fruto do egoísmo humano –
Dor corrompida...
De ar impuro.
Que esgota...
Que consome.
A raiva que brota
Me fere...
Me mutila...
Com a vergonha que a acompanha.
O ódio que odeio
Liberta o monstro sorrateiro ( faminto )
Que o ar que me sufoca...
O ressuscita.
Minha carne dilacerada ( mutilada )
Que o nutria , o alimenta.
A raiva que brota...
Sua força aniquiladora
De energia , fermenta.
E a vergonha
...esmagadora
Me oculta , me afoga
De sangue ,
Sedenta.
No pânico do frenesi
do medo de uma solidão
...desoladora.
Que em minhas entranhas ,
Ele explora
E emerge , e acorda
E respira e devora.
Ele
Que meu egoísmo humano,
Este usa-o para subir , surgir.
Na angústia do próprio medo incerto ( inquieto )
No desgosto da própria insegurança de existir.
Como um sopro que derruba...
Um vento leve que corta...
A culpa que brota...
A lágrima que não cai.
A antítese do correto
E do ser...
e do existir...
a atitude ilícita
que dói e a palavra
faz oprimir.
O egoísmo é o monstro que não pesa
mas prende...
e cega , e cala.
A tola insegurança o faz crescer.
O ar que me sufoca
É a insustentável leveza
Que me pesa o ser.