Vida quero te viva
Pensar para quê se viver intensamente eu quero,
ao degustar sensaçöes de vida cega, muda, surda,
abstêmica da razäo castradora que jamais venero,
sentar-me à beira dum caminho de flores de seda,
que nada falem, exalem apenas a matéria prima
que as diviniza, muda e esplendidamente doces,
interagindo na quietude qu’ensaio nesta cançäo
hipnotizant’e respeitosa que näo me faz pensar,
e passivamente me preenche a vida àvida de vida,
aos leves acordes do Claire de Lune debussyano,
d’incrivel placidez, esvoçando tal vento minuano,
ora pensar, o que hà a pensar exceto viver? Nada!
Visito o coraçäo das flores,visto o seu perfume,
digo na sua linguagem sensitiva que näo penso,
se sorri inocent’a criança feliz enquanto dorme,
também eu incoerente, corroboro e te convenço!
Grenoble-Fr-16/05/2006