RISCOS

RISCOS

Corro muitos riscos.

O risco de ser a mulher dominada

Pelo amor do Homem que venha me eleger.

De um dia para o outro

Tornar-me a doméstica, “a Rainha do lar”,

E de repente, o príncipe encantado virar o sapo

E fugir das promessas e juras de amor eterno.

Então, caso eu já tenha filhos com o sapo

Eu virarei pai e mãe (“Pãe”) e a única mantenedora da casa.

E esperarei com afinco e orgulho os meus filhos crescerem, e aguardarei com paciência o dia em que eles quiserem lembrar da mãe zelosa, dedicada e desdobrada que fui, ainda sim eles podem não retribuir com amor e carinho tudo que um dia ofertei. Eis outro risco.

Há mais riscos... O risco de não constituir nada.

Sair vagando pelo mundo, com amores ou sem amores, sem destino. Buscando o prazer, apenas o prazer. Mas, o mundo é grande e pode não me absorver, pois são muitos os preconceitos. E o meu pensar, muitas vezes assusta por ser livre. Afinal, sou mulher.

Não quero que me dominem.

Não quero que ditem as minhas regras, do que devo fazer, do que devo sentir.

Se para ter um príncipe, preciso ser dominada, então melhor não tê-lo.

Viverei sozinha, até encontrar um ninho de amor que me aceite como sou:

Sonhadora, oscilante em meu humor, companheira, que quer amar e ser amada, verdadeiramente amor, sem tantos riscos, perdas e danos.

Afinal, sou uma mulher, cheia de anseios e desejos não um objeto de decoração da casa.

ANDRÉA ERMELIN

02 de Abril de 2009

Quinta-feira

Salvador-BAHIA/BRASIL

Andréa Ermelin de Mattos
Enviado por Andréa Ermelin de Mattos em 02/04/2009
Código do texto: T1519709
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