TANTAS E OUTRAS

TANTAS E OUTRAS

Porque escrever tanto

se tanto não nos diz

as vezes que precisamos

ouvir.

Porque tantos olhares

se apenas um sorriso

já nos diz tanto,

se o perder e ganhar

frustra destinos e fortalezas,

se o amar e o odiar

floresce na mesma primavera,

se os jovens em sua mudez

tem fome de paixão,

se o mesmo vinho que brinda a paz

mata o ébrio afogado

em seu próprio vomito,

se a mesma razão dos males

tem a razão de ser.