Decadência
Em fútil análise da vida transitória,
Me perdi tentando encontrar a verossímil
Razão do Porque de tanta história
Improfícua e vil
Na atual vivência mundial nada simplória.
Almejei pela junção dos saberes
Mais proveitosos quanto à questão
Dos equívocos catastróficos dos seres
Mais audaciosos ou da amplidão
Mórbida da busca dos carnais prazeres.
Tornou-se banal a incontestável
Ventura de vícios materiais.
Sei... é realmente lastimável
Que as pessoas sejam tão superficiais
E que vivam indiferentes nessa terra miserável!
E vivendo sôfregas por teoremas
Que dissimulem a verdadeira explicação
Dessas vorazes lascívias, criam temas
– Instintos inatos provenientes da evolução –
E condutas como respostas a esses problemas.
Problemas? Obviamente já que estímulos
Naturais advindos da formação genética
São desprovidos de remorsos. Só após túmulos
E esquifes de vária reencarnação ética
E moral, ter-se-ão noção das faltas em acúmulos.
Onde reside o homem moderno?
Nos incognoscíveis momentos de felicidade
Perante o progresso interno
Ou nas pérfidas convicções de inferioridade
Quanto ao Absoluto, o paterno?
Tentas torna-se o onisciente
Terrestre; ficar na lembrança
Universal – a única semente
Capaz de gerar esperança
Aos deslizes corriqueiros do ser demente.
Tu foste o responsável
Pela destruição de nossa Morada.
Tu ó homem de prepotência infatigável,
Destruíste a tudo, criaste o nada,
O falível, o promissório declínio inesgotável.
Buscas o progresso excessivo da nação;
A comodidade baseada em pomposa tecnologia.
Acaso achas que existe perfeição
Nas efêmeras sensações do dia?!
Pensas que chegará ao ápice da erudição?
Vês, nada compreendes com exclusiva certeza!
É tão difícil ser o espírito
Presente em teu âmago? A beleza
Do imaginário, do mito
É demasiado ínfimo nessa tua avareza?
Do teu orgulho só restará o desprezo;
De tua sapiência nefasta: remorsos.
Em suma, tu ficarás leso,
Rígido – alvacentos ossos –
Numa cripta (fenecendo preso...)!
O céu está aos teus pés
(As estrelas perderam o encanto).
De dez em dez
Anos, as coisas tornam-se um tanto
Insignificantes e vazias ante tua tez.
Mas tu ousas inventar
O desnecessário, o supérfluo,
Com o único propósito de lucrar
E de demonstrar – de um jeito melífluo –
A tua magnificência, a tua capacidade de superar o elementar.
Se soubeste que é impossível
Vir a ser o rei dos reinos sumos,
Acaso deixarias de lado a temível
Crença de subordinação quanto aos rumos
Espontâneos da vida perecível?!
Não e não!! Para ti, humano,
Demais humano irracional,o fadário
Mais apropriado é de que o insano
Conhecimento que tens te deixe solitário
No breve e último Apocalipse mundano!
(2007)