À Solidão
Costumava ser tudo normal
E minha vida ia muito bem;
Mas não sei se o destino é proposital
A ponto de mudar a certeza de alguém.
Família e amigos em um só lugar
Isso era mais do que eu queria;
Mas o destino veio me contar
Uma coisa que, de longe, já temia.
Deixei minha cidade e fui morar
Num lugar egocêntrico e diferente;
Uma nova vida, um novo ar,
Ele (destino) não quis ser complacente.
Desolado e jovem aos dezoito
Alguém veio e segurou minha mão;
Confesso, seu espírito era afoito.
“- Prazer, me chamo Solidão”.
Conversa vai, conversa vem
Ela, surpresa, indagou:
“- Nunca falei isso para ninguém”
A Solidão a mim se entregou.
Foram muitos anos de companhia
E, por vezes, até me senti mal;
Nunca pensei que um dia diria
A Solidão já não é tão legal.