O Alheio

Tenho um coração de poeta

e uma alma de criança

Já sei o quê não me afeta

não sei o quê me amansa

Aprendi a regra de amar

te dou um sorriso, me mostra de volta

Vi que não basta tocar

carrega minha mão, meu braço te solta

De costas pra tudo é fácil seguir

cegar a vida e fechar a boca

Arder de vontade, ignorar, fingir

curar ferida e tirar a roupa

A alma que brinca as vezes sonha

em prender fagulhas dessa força vital

Voa pra aproveitar o alto da montanha

respira fundo;

vira de lado

e adormece.