Raiar da manhã
A dúvida que se coloca no instrumento da vida
Condiz com a flauta dos sons macios
Na audição inaudível não se pode definir
Não se podem reunir sementes
Para que se plantem novos sonhos
E os mesmos se tornem frutos
Frutos da imaginação e mais tarde realidade.
Através dessa musica destorcida
Coloca-se em preto e branco
A estrada que percorre dois mundos
O da situação sentimentalista
E outro de pura ignorância do destino
Assim se cruzam duas diagonais
Duas florestas na imensidão
Sempre a procura do ideal.
As flores que apalpam minha mão
Deixa o néctar da verdade
Numa luz severa da sensação
E outra indagação do momento
Dois seres diferentes a procura do vento
Na dimensão da sede insaciável
Sem ter água para diminuir a reação
Apenas suor dos poros a sair
E as estrelas do céu a sorrir.
São tantos os instantes de significado
No olhar do por do sol
Sempre fica uma resta no foco
O dilema da alma a esconder-se do destino
Hora de ir embora e fazer o céu virar menino
Com sua matinal essência de transformação
Pingos de seiva brotam da natureza
Águas a subir do suor da terra
E a frieza da manhã, dá lugar ao morno do raiar
Todos juntos na harmonia do lugar.