A terra dos cegos
Um que se julgava mais dotado e esclarecido,
ao deparar com um povo cego e doce de idéias,
emaranhando em vão, por todas as suas teias,
tentou persuadi-lo de sua supremacia em tudo!
Os cegos,doces de coração criam ter o necessário
às divagações de gênios que se sentiam inocentes,
docemente voavam no arco-íris inter-planetário,
rindo nadavam nas chuvas de luz permanentes!
O aventureiro aqui falado visualizava prepotente
seu restrito universo físico sem sentir plenamente
u’a parcela sequer da energia mágica que o criara,
limitável não via como como sua dádiva era rara!
A cegueira que clausurava algumas portas do sol
não pertencia sobremaneira à retina adormecida
na enorme terra dos cegos doces face à alvorada,
entretanto aquele de mil olhos e nenhum farol!
Para construir-se um mundo super idealizado,
construa-se um rio de duas margens distantes,
em cada qual um pescador amável imaginando,
trocando nobres e boas experiências diferentes!
O tal pseudo sábio nefasto perturbou o sossego
da sublime solitude reinante entre os habitantes,
especiais de olhos vazios, mas de alma em fogo,
abraçando suas extremas estratégias itinerantes!
Quando a noite se fez muda, embriagado pelo ego,
no sono estúpido, sentiu os seus olhos arrancados;
aos cegos, outro cego, bem mais cego, por castigo,
com su’enceguecida alma flores dos cegos tateando!
Santos-SP-07/04/2006