Voz solta

A minha garganta se cala

A minha sede é vencida

Minha voz escondida

Para dar espaço ao real

Vida ferida no ceio da dor

Encanto pelo sofrer

Na ilusão do contador.

A saudade é um alivio

No tormento da vez

Parece ser artifício

A caminho do engenho

Nas mãos do artesão

Tudo vira arte

Na praça e na estrada

Solteiros do acordo formal.

Nada podemos de mãos atadas

Nada somos de mente vazia

Soluços de espasmos

No calcanhar do agora

Em tempos de crises

Troco minhas vertes

Para dizer que estou vivo

No momento do atropelo

E caio na vida a serviço do futuro.

Minha voz agora solta

Sinto o toque do vento

Apalpar meu lamento

No sopro da sensibilidade

Viva mente sã

No sertão e na cidade

Em cada canto do mundo

Viva privacidade

Honesto na dor

Sempre forte no amor.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 15/12/2008
Código do texto: T1336776
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