Culpa ou desculpa
Filete de dó
Explica a sede
Que fadiga meu nó
A garganta perplexa
Degusto a culpa
Como flora
A deflorar uma desculpa.
Saia de mim desafeto
Encontrei o afeto
Desiludido pelo feito
Desanimo ao desfecho
Que mastiga a desonestidade
Fruto indigesto da sociedade
A aflição é nossa
Ou nossa imaginação ferrenha.
Dou-lhe a mão
Queres meus pés
Queres que me humilhe
Esperas que o faça
Digo-te que sou livre
Sou despojado
Humilhado, nunca serei,
Se aqui puder me esticar
E palavrear meu dom.
Faço o que me vem
No desprezo dos olhares
A desculpa esfarrapada
De um olhar sem esperança
Se a esperança é minha guia
Se a verdade me contagia
O que farei para faiscar?
Tocar minha mão no fogo
E esperar meus dedos assarem?
Não! Muito obrigado.