SER POETA

Perguntam-me sobre minha inspiração

Penso e não sei como explicar...

Será que é só eu quem escuto uma bela canção?!

O cheiro das rosas, e vejo a lua brilhar?

Será que a morte, só a mim machuca

E só há beleza no meu jardim

Os cantos das aves são mais fortes pra mim

E só eu tenho uma incansável busca?

Falam da minha nobre aptidão

De dizer palavras certas na hora exata

Mas que fazer se sinto o mundo em minhas mãos

E escrevo em retribuição... Como uma serenata...

Escrevo em linhas simples da minha felicidade

Minhas sufocantes angústias

Da minha presente mocidade

E do meu futuro, de minhas dúvidas

Atravessando os sentimentos

Mergulhando na insatisfação

Recriando movimentos

Dando a vida nova função

Assim sigo imperfeito, vivendo a descoberta

De não ser nada, nem ser tudo

De poder usar as palavras com reduto

Da séria brincadeira de ser poeta