Soneto velho
Soneto velho
=============ErdoBastos
Absorto, o velho espera em vão
a tardia aurora que não vem,
tateando o escuro e estendendo a mão
sem ela tocar a mão de mais ninguém...
Há pranto e dor no cansado coração,
luz não há, nenhuma luz tem,
nem um tênue bruxulear de vela ou lampião,
pois longe vai a luz do sol nascido recém.
Há, tão somente, da noite a escuridão
e esta, negreja o fazendo refém
das horas que passam em sádica lentidão.
Só uma verdade chamada solidão
ressoa, constantemente, um repetido não
e o acompanha pela noite que o contém.