Coisa que acontece
A verdade está no nosso nariz
Sinta o cheiro da vergonha
Sinta a desigualdade
Engrenar no desespero alheio
O desrespeito humanitário
As brigas por migalhas
Estão à solta todos os dias
Enquanto a briga pelo o que é do outro
Está derramado nos nossos pés
Está calibrado no nosso olhar
Flertar e rir
É assim que reagíamos
É assim que difundimos
É assim que idealiza
O país da corrupção.
Damos valor pelo pouco
E viramos a cara para o muito
Damos as costas para os crimes
Os delitos de palitó
Uma máfia nas claras
Minhas palavras parece fel,
Pois o amargo que trafega
Bate de frente com o sorrateiro
Aquele que jura gerenciar
O bem público
E acaba dilatando sua conta
Para nunca mais precisar trabalhar.
É assim que acontece
É assim que o povo esquece
E é assim que minha mágoa desaparece?
Não!
Pensar é necessário,
Mas o ensino é tão ruim, por quê?
Sabe-se lá por que.