Sonhos Lúcidos (da terra)
Oh, chuva!
Te desejamos como quem deseja o filho nos braços após o parto;
Oh, morte!
Te desejamos no encalço das labaredas que contorcem os galhos verdes e seus gritos transformando-os em negras cinzas espalhadas pelos montes e pelos destruídos campos;
Oh, vento!
Desejamos a fraqueza dos teus braços fortes que carregam o fogo na perseguição aos indefesos e inocentes animais perdidos em fuga e destruição das matas verdejantes.
Oh, chuva!
Que venha logo os esguichos dos teus olhos que, ora distante, a terra esqueceu... em um sonho que ainda não morreu.
10/08/2024