Sonhos Lúcidos (da terra)

Oh, chuva!

Te desejamos como quem deseja o filho nos braços após o parto;

Oh, morte!

Te desejamos no encalço das labaredas que contorcem os galhos verdes e seus gritos transformando-os em negras cinzas espalhadas pelos montes e pelos destruídos campos;

Oh, vento!

Desejamos a fraqueza dos teus braços fortes que carregam o fogo na perseguição aos indefesos e inocentes animais perdidos em fuga e destruição das matas verdejantes.

Oh, chuva!

Que venha logo os esguichos dos teus olhos que, ora distante, a terra esqueceu... em um sonho que ainda não morreu.

10/08/2024

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 30/11/2024
Reeditado em 30/11/2024
Código do texto: T8208700
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