UIRAPURU

Pequenino, irrequieto, plumagem colorida,

Busca refúgio nos galhos das árvores,

Atraindo sua namoradinha que longe está,

Criando seus filhotinhos no seu aconchego,

Trazendo insetos que distraídos perambulam.

Abrem seus biquinhos sedentos de fome,

E no alvorecer se mostram irrequietos,

Pois a fome provoca seus instintos,

Que a mamãezinha preocupada quer sanar,

Colocando bichinhos suculentos que engolem.

O uirapuru quer se aproximar da namoradinha,

Para com ela ter um aproximar amoroso,

E numa relação que ela consente em delírio,

O aproximar de corpinhos tão pequeninos,

Faz com que haja a reprodução da espécie.

Nisso um encantamento produz uma magia,

Pois o uirapuru alça voo daquele aconchego,

E num galho de uma árvore toda enfeitada,

Solta um trinado que aos poucos se acentua,

E vai se propagando em todas as dimensões.

É o mais belo canto de todos os passarinhos,

Nada existindo em sonoridade que encanta,

E a natureza perplexa se cala em silêncio,[

Até a passarada em revoada barulhenta,

Quedam-se quietinhas para ouvirem o uirapuru cantar.

Jairo Valio

Jairo Valio
Enviado por Jairo Valio em 06/08/2023
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