MÃE NATUREZA
Acolho rebeldias de filhos insensatos,
Que nas tempestades se mostram furiosos,
Destruindo vidas e suas moradias acolhedoras,
E num repente sonhos se desfazem nas fúrias,
Em tragédias que estão se tornando frequentes,
Culpas do homem que destroem minhas matas,
Árvores que tombam pelas serras afiadas.
Meus pássaros que nelas tinham acolhidas,
Nos ninhos onde construíam suas casinhas,
Seus filhotinhos se perdem nas folhas já mortas,
Que depois o fogo ardente transforma em cinzas,
E seus lindos gorjeios deixam então de existir,
Restando o silêncio onde outrora tinham vidas,
E as tristezas reinam em lugar das alegrias.
No entanto tenho espaços para outras belezas,
Como as flores perfumadas surgidas nos caules,
Com pétalas macias de cores deslumbrantes,
Que a brisa suave vem buscar num impulso,
Levando seus perfumes para todos os recantos,
Inebriando até as mentes dos casais enamorados.
Na aurora que desponta bem longe no horizonte,
Trago vidas para as plantas dormentes nos frios,
Que a luz do Sol esquenta no seu despertar,
E a passarada emitem então lindos gorjeios,
Com cachoeiras mimosas caindo das alturas,
Até que o dia então se prepara para a Lua surgir,
Quando o Sol se põe majestoso para seu descansar,
E o Céu se enche de Estrelas tão graciosas.
Jairo Valio
Minha contribuição para o Dia do Escritor