AS BOLHAS QUE ENSINAM

Não é chuva, nem é neve,

Aquele manto de bolhas,

A bailar sobre as folhas,

Num vai e vem tão breve,

É o orvalho que de leve,

Brinca com suas escolhas.

Quando o sol aparece,

Brilham tal qual estrelas,

É tanta emoção ao vê-las,

Que até a alma estremece,

Meus olhos oram, em prece,

Ao ver a luz acendê-las.

São pequeninos cristais,

Num pisca-pisca envolvente,

Cintilam aos olhos da gente,

E, depois, nem se vê mais,

Parecem dizer-nos, curtais,

Só existimos no presente.

Assim é cada segundo,

Se passar despercebido

Morre sem ter vivido,

Nasce, já é moribundo,

Viver em amor profundo,

É tudo o que faz sentido.