O DIA MAIS FRIO
O dia amanheceu nublado
Prevendo chuva, em breve,
Galhos curvados de neve
Pendem sobre o telhado.
Os sabiás no gélido ar
Nem se arriscam voar.
O termômetro na praça
Marca abaixo de zero,
Nem mesmo o quero-quero
Quis dar o ar de sua graça
Prefere ficar em seu ninho,
A ter que voar tão cedinho.
Nenhum caboclo ousado
Atreveu-se descer a rampa,
Com esse frio que espanta
Até o ratão-do-banhado,
Observo pela vidraça,
Uma paisagem sem graça.
Todas as flores no jardim,
Antes, belas aveludadas,
Vejo agora congeladas,
No seu derradeiro fim,
Mas quando o sol retornar,
Tudo voltará a brotar.
Nem é preciso dizer
Que hoje a criançada,
Não irá para a calçada
Praticar o seu lazer,
Pois, frio assim, por aqui,
Na real; eu nunca vi!