OUTONO

Sou uma das Estações do ano,

Estou em dormência e me sinto despida,

As folhas vão caindo soltando dos galhos,

Enfraquecidas pelas vitalidades exauridas,

E ao caírem nas relvas amareladas,

Formam tapetes macios que não ferem pés descalços.

Percebo que a natureza me despe inteirinha,

E dos troncos das árvores restam as feridas,

Que espinhos aguçados machucam os incautos,

Animais que buscam alimentos e não encontram,

Diante do ciclo de vida que a natureza impõe,

E o Outono perde então as vitalidades exauridas.

Estou numa Estação das brisas constantes,

Que levam das árvores as folhas adormecidas,

Formando cascatas que me jogam nas relvas,

E lá me transformo em vidas já mortas.

Aguardo então a nova Estação que vai surgir,

O Inverno rigoroso que vai depurar todas as pragas,

Matando insetos que a natureza agridem,

Até as flores perfumadas eles devoram com avidez,

E suas belas cores deixam então de existir.

Todas as depurações na Estação adormecida,

Na Primavera bonita irão então ressurgir,

Com pássaros cantando e as arvores se enfeitando,

De todas as cores que encantam os enamorados,

Até as cachoeiras caem macias em suaves cascatas,

Formando então lindos arco-iris coloridos.