TRIBUTO À NATUREZA

Além do poente

Do dia que vai,

Nos becos da vida

É sombra que cai,

Na noite que chega,

No dia que sai.

Caminhando pra noite

Na penumbra calada,

Escuros caminhos

De vidas cruzadas,

Mistérios de luz

Das longas estradas.

Fronteiras de sonhos

Que chegam, que passam

Escutam soluços

Dos ventos que vagam,

São marcas do tempo

Que chegam, que falam.

Estradas vazias

Revivem lembranças

Daqueles que foram

Levando esperanças,

De vidas sem rumo

Querendo mudanças.

Distante horizonte

De fúteis miragens

Povoam as mentes

Trazendo coragem,

Correndo sertões

Nas quentes paragens.

Nos campos floridos

Das terras distantes

Dos mitos, das lendas,

Dos dias brilhantes,

Há todo um encanto

Dos loucos amantes.

No rio que passa

É vida que voa,

É vento que vaga

No canto que ecoa,

Nos vales profundos

Que o tempo ressoa.

Ao longo dos vales,

No cume dos montes

A vida flutua

Na boca das fontes,

Passando em seguida

No leito das pontes.

No seio das águas

Dos lagos perdidos

Esconde tesouros

De vida esculpidos,

Da mãe natureza

Que é tão colorido.

O canto da vida

Mil formas produz,

Do eco do pranto

Ao túnel de luz,

Nascendo e morrendo

A natureza traduz.

25/10/1991

Manoel de Paula
Enviado por Manoel de Paula em 27/07/2020
Código do texto: T7017968
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