TRIBUTO À NATUREZA
Além do poente
Do dia que vai,
Nos becos da vida
É sombra que cai,
Na noite que chega,
No dia que sai.
Caminhando pra noite
Na penumbra calada,
Escuros caminhos
De vidas cruzadas,
Mistérios de luz
Das longas estradas.
Fronteiras de sonhos
Que chegam, que passam
Escutam soluços
Dos ventos que vagam,
São marcas do tempo
Que chegam, que falam.
Estradas vazias
Revivem lembranças
Daqueles que foram
Levando esperanças,
De vidas sem rumo
Querendo mudanças.
Distante horizonte
De fúteis miragens
Povoam as mentes
Trazendo coragem,
Correndo sertões
Nas quentes paragens.
Nos campos floridos
Das terras distantes
Dos mitos, das lendas,
Dos dias brilhantes,
Há todo um encanto
Dos loucos amantes.
No rio que passa
É vida que voa,
É vento que vaga
No canto que ecoa,
Nos vales profundos
Que o tempo ressoa.
Ao longo dos vales,
No cume dos montes
A vida flutua
Na boca das fontes,
Passando em seguida
No leito das pontes.
No seio das águas
Dos lagos perdidos
Esconde tesouros
De vida esculpidos,
Da mãe natureza
Que é tão colorido.
O canto da vida
Mil formas produz,
Do eco do pranto
Ao túnel de luz,
Nascendo e morrendo
A natureza traduz.
25/10/1991