SERTÕES

Nas horas quentes do dia

Das paisagens dos sertões

A vida que parece extinta

Tarda a surgir aos olhos

Repudiados pela descrença.

A araponga no sertão deserto

Canta seu canto triste

Pois a longa estiagem

Secou-lhe os olhos

Ávidos pelo tardio inverno.

Sertão morto, esquecido...

Nessa hora agonizante

Por quanto tempo ainda

Viverá a esperança

De dias melhores?

Mas à noite

O cenário encanta,

A lua majestosa e bela

Reina na paisagem morta

Escassa de fantasia.

Nas horas mortas da noite

Descansa enfim os sertões

E a paisagem fria

Estará até amanhecer o dia

Quando chegará outra vez o sol...

28/01/1992

Manoel de Paula
Enviado por Manoel de Paula em 23/07/2020
Código do texto: T7014369
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